Resposta a Marcelo Druyan: Sobre Ateísmo, Desonestidade Intelectual e Outras Coisas de Criança

Recentemente eu escrevi uma resposta a um texto escrito pelo ateu Marcelo Druyan (cujo sobrenome verdadeiro não é este) sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos. Fui ao tópico em que o texto de Marcelo foi publicado e deixei um comentário dizendo que havia escrito a réplica, porém, por algumas razões sem Razão, meu comentário não foi publicado. Pedi explicações a Eli Vieira, presidente do blog onde o texto de Marcelo foi publicado, sobre esta censura e, após suas explicações, o próprio Marcelo veio a mim se justificar. Abaixo encontram seus comentários e logo a seguir minha réplica a ele.
Mensagem do Marcelo: Meu chapa, eu mesmo lhe respondo. Seus comentários não foram publicados porque você é um TROLL! Entendeu agora? O seu blog-TROLL com suas piadinhas sobre a LiHS e seus comentários infelizes sobre os ateus, deixam evidente a sua total falta de honestidade intelectual.Você nunca quis comentar nada. Seu objetivo é provocar e incendiar. Olha, eu não tenho culpa se você tem fixação com o Eli, mas eu não tenho a paciência que ele tem para lidar com pessoas chatas como você e aqueles seus amiguinhos do orkut. Portanto, NÃO ENCHE O MEU SACO. E não precisa insistir com sua trollagem barata. Por intermédio dos meus textos, você não cria confusão no Bule. Vê se me erra!
Resposta:
Caro Marcelo Druidis (por que não “Druidis” ao invés de “Druyan”, já que nenhum deles é seu sobrenome de fato?),
Você disse que não aceitou meus comentários na postagem de seu texto, pois eu sou um “Troll”. Desculpe-me se não estou tão familiarizado assim como os jargões e clichês ateístas, mas eu não consigo entender o porquê desta acusação. O que conheço sobre estes personagens (os trolls) é o que podemos ver nas obras de Tolkien (que, aliás, estou lendo atualmente). Lá os trolls são seres não educados, que sobrevivem pelos instintos mais elementares, que não possuem ideais e que, para ter o que comer com fartura, se vendem para qualquer um. Apesar de não ter sido Tolkien a inventar este personagem (ele já existia em algumas lendas nórdicas), Tolkien foi certamente aquele que popularizou os trolls. Então, como não estou familiarizado com os clichês ateístas (e nem quero estar, pois não me enriquecem em nada), eu não aceito sua acusação muito menos sua justificativa.
A seguir você chama meu blog de “Blog-Troll” (o que quer que isto signifique) e diz que ele contém apenas “piadinhas sobre a LiHS” e “comentários infelizes sobre ateus” e infere que tais coisas atestam minha “total desonestidade intelectual”.
Ora, que tamanho disparate! Em primeiro lugar, eu jamais fiz “piadinhas sobre a LiHS”. “Piadinhas” é plural demais para um Blog que fez apenas uma única postagem sobre a referida liga com conteúdo sarcástico. Em segundo lugar, “infeliz” é um adjetivo um tanto relativo ao se falar sobre textos de outrem, uma vez que obviamente depende do contexto de quem o analisa. Apontar falhas evidentes em argumentações non-sense como a sua não é de forma alguma infeliz para mim. Pode ser infeliz para você, que foi refutado e que, para não alargar o tamanho da vergonha, teve que censurar o link do meu texto em sua postagem, mas, para mim e aparentemente aos demais que o leram, não houve infelicidade alguma.
Em terceiro lugar, mesmo que meu blog tivesse dezenas de piadinhas sobre a LiHS e mesmo que meus comentários tivessem alguma carga de “infelicidade intrínseca” (se é que isto é possível), mesmo assim, isto nada compete a favor da qualificação “desonestidade intelectual” que você atribuiu a mim. Desonestidade intelectual é a “arte” de criar conclusões prévias de algo sem levar em conta o que diz o tal algo. Como não tenho intenção alguma de defender o indefensável, vou te apresentar desonestidades intelectuais cristãs: Pr. Silas Malafaia e Pr. Adauto Lorenço em relação à Teoria da Evolução. Ambos jamais estudaram a questão; se o fizeram, fizeram com conclusões prévias; e, a despeito disto, propagam as supostas incoerências desta teoria, como se fossem experts no assunto. Quer exemplos ateístas? Está cheio de críticos de Agostinho que nunca leram Agostinho; existem muitos críticos de Lewis que nunca leram Lewis; existem muitos refutadores de Calvino que nunca leram Calvino; e, o mais comum, está cheio de especialistas sobre Bíblia que jamais colocaram a mão em uma.
Aconteceu, aliás, um caso muito divertido (“infeliz” para quem o protagonizou, obviamente) em um tópico no Orkut. O curto diálogo foi mais ou menos como se segue (desculpe, mas não consegui encontrar o tópico):
Fulano: o Eduardo comenta sobre Dawkins sem jamais ter lido Dawkins.
Eu: Fulano, tenho visto você e muitos ateus fazerem muitos comentários sobre a Bíblia, vocês já a leram?
Fulano: Para mim quem nunca leu a Bíblia foram os cristãos, para não terem percebido as claras idiotices lá presentes. [ou seja, não leu]
Quem entre os comentadores sobre a Bíblia já a leu para tirar, a partir da leitura imparcial do original, suas conclusões? E não apenas sobre a Bíblia, mas sobre qualquer coisa. Em Deus, um Delírio (Cia das Letras, p. 180) Richard Dawkins faz alguns comentários sobre um texto de Agostinho. E de onde ele leu este texto que ele comentou? Do livro original? Não! A fonte é um tal de “Freeman, 2002”. Em Carta a uma nação cristã (Cia das Letras, p. 27) temos o mesmo caso. Sam Harris comenta uma opinião de Agostinho – e de onde ele extraiu tal opinião? Dos originais? Não! De um livro de P. Johnson. Outro dia me deparei com um exemplo brazuca: comentando a resenha sobre O Delírio de Dawkins de Camilo Gomes Jr., nosso amigo (“amigo” aqui não é sarcasmo) em comum Eli Vieira diz: “Camilo, eu gostaria de ver você escrevendo depois uma refutação especial para as tolices de C. S. Lewis. Não falta gente culta por aí usando os argumentos dele”. Eli chama as obras de Lewis de “tolice”. Estou muito curioso para saber se tal adjetivo veio após uma leitura das obras do autor e, se este foi o caso, por que ele mesmo não escreve a refutação a tais tolices tão evidentes?
Isto, Marcelo Druidis, [tecer conclusões prévias sobre qualquer coisa sem análise] é desonestidade intelectual e eu não compactuo com isto. Eu só faço comentários sobre aquilo que eu já li refleti sobre. Você não encontrará neste blog comentários sobre Daniel Dennett, por exemplo, pois eu não li nada dele ainda. Tampouco você encontrará comentários sobre islamismo, ou hinduísmo, ou budismo, enfim, não teço comentários sobre aquilo que ainda não analisei. Eu já li Deus, um Delírio, já li Carta a uma nação Cristã e, portanto, considero nos meus direitos intelectuais de tecer comentários sobre estas obras. Também, eu já li seu bem mal argumentado texto sobre o “Programa Nacional dos Direitos Humanos” e, assim, escrevi uma réplica. Chame isso de “trollagem” (espero que o Eli leia esta frase sua e lembre sobre o que conversamos sobre “anglicismos aportuguesados”) se quiser, entenda como quiser, mas não venha forçar suas conclusões para cima de mim, como se eu fosse totalmente culpado por refutar um texto tão evidentemente equivocado e irrelevante como o seu.
Você diz que meu objetivo é “provocar e incendiar”. Na verdade, não vejo por que este deva ser o caso. Provocar como? Você se sentiu “provocado” com a réplica simples que eu escrevi ao seu texto? Ora! Que tamanha falta de amor próprio! E sobre “incendiar”? Incendiar o que? Incendiar o meu blog? Só pode ser isto, pois eu publiquei o texto no meu blog. (Hoje sei que seria perda de tempo se tivesse feito os comentários no link da postagem do seu texto).
A seguir você disse que eu tenho uma fixação com o Eli. Na verdade, não é fixação, é respeito. Eu considero o Eli e o que ele escreve, digamos, como as coisas mais relevantes e interessantes que têm sido produzidas no que se refere ao debate referente à questão da existência de Deus aqui no Brasil. E você está enganado se acha que poucas palavras que trocamos um com o outro se referiram até hoje apenas a esta discordância que temos. Por fim, eu acho que seria meio imbecil colocar um ateu a quem persigo como moderador de uma comunidade virtual a qual eu sou dono (a maior comunidade sobre Epistemologia do Orkut). Aliás, não poucos cristãos foram excluídos desta mesma comunidade a pedido do próprio Eli. Portanto, sua acusação não procede. Eu não comento sobre você, pois simplesmente não compensa (ainda mais agora, depois de conhecer suas imposturas). Não compensa jogar xadrez com galinhas – elas apenas derrubam as peças e saem cantando de galo a seguir, como se tivessem vencido a partida.
Terminamos aqui. Não tenho nada contra a sua pessoa, pois não te conheço. Aliás, como somos ambos de Belo Horizonte, não seria problema algum a mim te encontrar algum dia e conversar um pouco – coisa de gente civilizada. Não tenho nada de pessoal contra você, mas suas atitudes recentes foram completamente infantis, dignas do ateísmo sobre o qual eu escrevo com certa freqüência aqui neste blog.
Eliel Vieira
eliel@elielvieira.org

DESCONSTRUINDO por Eliel Vieira está licenciado sob Creative Commons Attribution.
Mensagem do Marcelo: Meu chapa, eu mesmo lhe respondo. Seus comentários não foram publicados porque você é um TROLL! Entendeu agora? O seu blog-TROLL com suas piadinhas sobre a LiHS e seus comentários infelizes sobre os ateus, deixam evidente a sua total falta de honestidade intelectual.Você nunca quis comentar nada. Seu objetivo é provocar e incendiar. Olha, eu não tenho culpa se você tem fixação com o Eli, mas eu não tenho a paciência que ele tem para lidar com pessoas chatas como você e aqueles seus amiguinhos do orkut. Portanto, NÃO ENCHE O MEU SACO. E não precisa insistir com sua trollagem barata. Por intermédio dos meus textos, você não cria confusão no Bule. Vê se me erra!
Resposta:
Caro Marcelo Druidis (por que não “Druidis” ao invés de “Druyan”, já que nenhum deles é seu sobrenome de fato?),
Você disse que não aceitou meus comentários na postagem de seu texto, pois eu sou um “Troll”. Desculpe-me se não estou tão familiarizado assim como os jargões e clichês ateístas, mas eu não consigo entender o porquê desta acusação. O que conheço sobre estes personagens (os trolls) é o que podemos ver nas obras de Tolkien (que, aliás, estou lendo atualmente). Lá os trolls são seres não educados, que sobrevivem pelos instintos mais elementares, que não possuem ideais e que, para ter o que comer com fartura, se vendem para qualquer um. Apesar de não ter sido Tolkien a inventar este personagem (ele já existia em algumas lendas nórdicas), Tolkien foi certamente aquele que popularizou os trolls. Então, como não estou familiarizado com os clichês ateístas (e nem quero estar, pois não me enriquecem em nada), eu não aceito sua acusação muito menos sua justificativa.
A seguir você chama meu blog de “Blog-Troll” (o que quer que isto signifique) e diz que ele contém apenas “piadinhas sobre a LiHS” e “comentários infelizes sobre ateus” e infere que tais coisas atestam minha “total desonestidade intelectual”.
Ora, que tamanho disparate! Em primeiro lugar, eu jamais fiz “piadinhas sobre a LiHS”. “Piadinhas” é plural demais para um Blog que fez apenas uma única postagem sobre a referida liga com conteúdo sarcástico. Em segundo lugar, “infeliz” é um adjetivo um tanto relativo ao se falar sobre textos de outrem, uma vez que obviamente depende do contexto de quem o analisa. Apontar falhas evidentes em argumentações non-sense como a sua não é de forma alguma infeliz para mim. Pode ser infeliz para você, que foi refutado e que, para não alargar o tamanho da vergonha, teve que censurar o link do meu texto em sua postagem, mas, para mim e aparentemente aos demais que o leram, não houve infelicidade alguma.
Em terceiro lugar, mesmo que meu blog tivesse dezenas de piadinhas sobre a LiHS e mesmo que meus comentários tivessem alguma carga de “infelicidade intrínseca” (se é que isto é possível), mesmo assim, isto nada compete a favor da qualificação “desonestidade intelectual” que você atribuiu a mim. Desonestidade intelectual é a “arte” de criar conclusões prévias de algo sem levar em conta o que diz o tal algo. Como não tenho intenção alguma de defender o indefensável, vou te apresentar desonestidades intelectuais cristãs: Pr. Silas Malafaia e Pr. Adauto Lorenço em relação à Teoria da Evolução. Ambos jamais estudaram a questão; se o fizeram, fizeram com conclusões prévias; e, a despeito disto, propagam as supostas incoerências desta teoria, como se fossem experts no assunto. Quer exemplos ateístas? Está cheio de críticos de Agostinho que nunca leram Agostinho; existem muitos críticos de Lewis que nunca leram Lewis; existem muitos refutadores de Calvino que nunca leram Calvino; e, o mais comum, está cheio de especialistas sobre Bíblia que jamais colocaram a mão em uma.
Aconteceu, aliás, um caso muito divertido (“infeliz” para quem o protagonizou, obviamente) em um tópico no Orkut. O curto diálogo foi mais ou menos como se segue (desculpe, mas não consegui encontrar o tópico):
Fulano: o Eduardo comenta sobre Dawkins sem jamais ter lido Dawkins.
Eu: Fulano, tenho visto você e muitos ateus fazerem muitos comentários sobre a Bíblia, vocês já a leram?
Fulano: Para mim quem nunca leu a Bíblia foram os cristãos, para não terem percebido as claras idiotices lá presentes. [ou seja, não leu]
Quem entre os comentadores sobre a Bíblia já a leu para tirar, a partir da leitura imparcial do original, suas conclusões? E não apenas sobre a Bíblia, mas sobre qualquer coisa. Em Deus, um Delírio (Cia das Letras, p. 180) Richard Dawkins faz alguns comentários sobre um texto de Agostinho. E de onde ele leu este texto que ele comentou? Do livro original? Não! A fonte é um tal de “Freeman, 2002”. Em Carta a uma nação cristã (Cia das Letras, p. 27) temos o mesmo caso. Sam Harris comenta uma opinião de Agostinho – e de onde ele extraiu tal opinião? Dos originais? Não! De um livro de P. Johnson. Outro dia me deparei com um exemplo brazuca: comentando a resenha sobre O Delírio de Dawkins de Camilo Gomes Jr., nosso amigo (“amigo” aqui não é sarcasmo) em comum Eli Vieira diz: “Camilo, eu gostaria de ver você escrevendo depois uma refutação especial para as tolices de C. S. Lewis. Não falta gente culta por aí usando os argumentos dele”. Eli chama as obras de Lewis de “tolice”. Estou muito curioso para saber se tal adjetivo veio após uma leitura das obras do autor e, se este foi o caso, por que ele mesmo não escreve a refutação a tais tolices tão evidentes?
Isto, Marcelo Druidis, [tecer conclusões prévias sobre qualquer coisa sem análise] é desonestidade intelectual e eu não compactuo com isto. Eu só faço comentários sobre aquilo que eu já li refleti sobre. Você não encontrará neste blog comentários sobre Daniel Dennett, por exemplo, pois eu não li nada dele ainda. Tampouco você encontrará comentários sobre islamismo, ou hinduísmo, ou budismo, enfim, não teço comentários sobre aquilo que ainda não analisei. Eu já li Deus, um Delírio, já li Carta a uma nação Cristã e, portanto, considero nos meus direitos intelectuais de tecer comentários sobre estas obras. Também, eu já li seu bem mal argumentado texto sobre o “Programa Nacional dos Direitos Humanos” e, assim, escrevi uma réplica. Chame isso de “trollagem” (espero que o Eli leia esta frase sua e lembre sobre o que conversamos sobre “anglicismos aportuguesados”) se quiser, entenda como quiser, mas não venha forçar suas conclusões para cima de mim, como se eu fosse totalmente culpado por refutar um texto tão evidentemente equivocado e irrelevante como o seu.
Você diz que meu objetivo é “provocar e incendiar”. Na verdade, não vejo por que este deva ser o caso. Provocar como? Você se sentiu “provocado” com a réplica simples que eu escrevi ao seu texto? Ora! Que tamanha falta de amor próprio! E sobre “incendiar”? Incendiar o que? Incendiar o meu blog? Só pode ser isto, pois eu publiquei o texto no meu blog. (Hoje sei que seria perda de tempo se tivesse feito os comentários no link da postagem do seu texto).
A seguir você disse que eu tenho uma fixação com o Eli. Na verdade, não é fixação, é respeito. Eu considero o Eli e o que ele escreve, digamos, como as coisas mais relevantes e interessantes que têm sido produzidas no que se refere ao debate referente à questão da existência de Deus aqui no Brasil. E você está enganado se acha que poucas palavras que trocamos um com o outro se referiram até hoje apenas a esta discordância que temos. Por fim, eu acho que seria meio imbecil colocar um ateu a quem persigo como moderador de uma comunidade virtual a qual eu sou dono (a maior comunidade sobre Epistemologia do Orkut). Aliás, não poucos cristãos foram excluídos desta mesma comunidade a pedido do próprio Eli. Portanto, sua acusação não procede. Eu não comento sobre você, pois simplesmente não compensa (ainda mais agora, depois de conhecer suas imposturas). Não compensa jogar xadrez com galinhas – elas apenas derrubam as peças e saem cantando de galo a seguir, como se tivessem vencido a partida.
Terminamos aqui. Não tenho nada contra a sua pessoa, pois não te conheço. Aliás, como somos ambos de Belo Horizonte, não seria problema algum a mim te encontrar algum dia e conversar um pouco – coisa de gente civilizada. Não tenho nada de pessoal contra você, mas suas atitudes recentes foram completamente infantis, dignas do ateísmo sobre o qual eu escrevo com certa freqüência aqui neste blog.
Eliel Vieira
eliel@elielvieira.org

DESCONSTRUINDO por Eliel Vieira está licenciado sob Creative Commons Attribution.